terça-feira, 14 de maio de 2013

Transtornos psicológicos infantis



Fatores ambientais, dentre os quais o maior deles é o familiar, e características fisiológicas, como predisposições genéticas, herdadas ou não, podem sim fazer com que uma criança, antes mesmo de atingir seus cinco anos, desenvolva transtornos emocionais.

Os cuidados paternos e/ou domésticos são a maior fonte de saúde para o pequeno em formação. Logo, é também esse o ambiente mais propício a transtornos emocionais infantis, quando existe abuso, negligência, violência física ou psicológica.

Vale lembrar que a fragilidade emocional de uma criança e a sua predisposição a transtornos podem ser herdadas fisiologicamente. Além disso, a convivência com pai ou mãe depressiva, por exemplo, pode fazer com que o pequeno repita um modelo no modo de se comportar, de viver e de enfrentar situações difíceis. Apesar de conviverem com a depressão, muitas crianças não conhecerão o problema.

Atenção aos sinais: A observação é uma ferramenta poderosa no diagnóstico de problemas emocionais infantis. Como a criança tem dificuldade de verbalizar o que está sentindo, suas ações e até sintomas físicos são muito reveladores.

Normalmente, ela tem um padrão de comportamento que é mais ou menos constante. Quando o pequeno muda de repente, sem que exista uma causa visível, os pais devem procurar ajuda psicológica. Dificuldade para dormir sozinha ou pegar no sono, sonolência excessiva durante o dia, desinteresse por atividades que antes ela apreciava, choro excessivo, falta de apetite, compulsão alimentar, isolamento. 

Agressividade ou irritabilidade acentuada, negação em ir para a escola, dores físicas ou enjoos sem causa fisiológica são algumas das reações mais comuns. Na dúvida, os pais devem procurar a orientação de um médico ou psicólogo.

Tratamento: Uma vez que o problema foi diagnosticado, o melhor tratamento é a terapia, especialmente a ludoterapia, uma abordagem terapêutica voltada para crianças que se utiliza de brincadeiras. 

Em muitos casos, a terapia familiar também pode contribuir para a melhora do quadro. Medicamentos podem ser indicados, se necessário, mas sempre deve ser prescrito por psiquiatra infantil.

Transtornos psicológicos

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Consiste em sintomas de impulsividade, falta de atenção e inquietação, que prejudicam o desenvolvimento do pequeno. Infelizmente, vem sendo bastante diagnosticado erroneamente, confundido com a típica e saudável intensidade da infância e usado até como pretexto para a incapacidade de os pais liderarem com a criança.

Depressão: Tristeza, apatia, isolamento, calma excessiva, agitação, comportamentos autoagressivos, carência afetiva aumentada e, principalmente, irritabilidade e mau humor constantes. Pode ser causas biológicas, mas, na maior parte dos casos, acontece por questões ambientais, como reação a situações de abuso físico ou psicológico: maus-tratos, humilhação, agressões ou exposição a situações familiares agressivas.

Ansiedade: Manifesta-se por meio de comportamentos impulsivos, impaciência, nervosismo, medos exagerados diante de situações ou coisas aparentemente inofensivas e ainda sintomas psicossomáticos, como dores de barriga, de cabeça e náuseas. A mais comum está ligada à separação dos pais, pois a criança não consegue lidar com a ausência de um deles. 

Ela pode chorar, pedir para ligar várias vezes para o pai ou a mãe, se isolar das outras crianças e apresentar alergias, problemas de pele ou de apetite. Situações de perda, mudanças de cidade e adoecimento de um dos pais também podem desencadear o problema.

Outras possibilidades

Autismo: Caracteriza-se por uma dificuldade de fazer contato com outras pessoas. Pode ser diagnosticado antes dos três anos de idade. Normalmente as crianças com esse quadro demoram a falar, demonstram pouco interesse no exterior, tanto nas pessoas quanto nas coisas e apresentam comportamento estereotipado e repetitivo.

Fobia específica: Medo exagerado de algum animal, coisa ou lugar. Choro, gritos ou correr para o colo do adulto pode ser a reação da criança, diante de animais, de escuro e do medo de sofrer violência urbana.

Fobia social: Medo intenso de se expor a outras pessoas, por se sentir avaliada e julgada em situações onde se torna o alvo de atenções. É comum manifestar-se em momento de festa, falar na sala de aula, escrever no quadro ou comer com outras crianças.

Transtorno de primeira infância: Acontece até os seis anos de idade, quando a criança, sem motivo aparente, deixa de comer ou se alimenta com dificuldade.

Transtorno de tiques: são tiques motores, faciais ou vocais involuntários.


Transtorno de oposição e desafio (TOD): Caracteriza-se por um comportamento negativo, desafiador, desobediente e hostil com figuras de autoridade.

Transtorno de pica: O pequeno insiste em comer coisas inadequadas, como cabelo, terra e até fezes de animais. É mais comum em casos de atraso de desenvolvimento.

Enurese e encoprese: É quando a criança não consegue controlar a vontade de ir ao banheiro, geralmente por se sentir muito pressionada e sofrer com a cobrança abusiva dos pais.

Fonte: Revista Sua Saúde. São Paulo: Editora Alto Astral, nº 13, 2012.

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