Fatores
ambientais, dentre os quais o maior deles é o familiar, e características
fisiológicas, como predisposições genéticas, herdadas ou não, podem sim fazer
com que uma criança, antes mesmo de atingir seus cinco anos, desenvolva
transtornos emocionais.
Os
cuidados paternos e/ou domésticos são a maior fonte de saúde para o pequeno em
formação. Logo, é também esse o ambiente mais propício a transtornos emocionais
infantis, quando existe abuso, negligência, violência física ou psicológica.
Vale
lembrar que a fragilidade emocional de uma criança e a sua predisposição a
transtornos podem ser herdadas fisiologicamente. Além disso, a convivência com
pai ou mãe depressiva, por exemplo, pode fazer com que o pequeno repita um
modelo no modo de se comportar, de viver e de enfrentar situações difíceis.
Apesar de conviverem com a depressão, muitas crianças não conhecerão o
problema.
Atenção
aos sinais: A observação é uma ferramenta poderosa no diagnóstico de problemas
emocionais infantis. Como a criança tem dificuldade de verbalizar o que está
sentindo, suas ações e até sintomas físicos são muito reveladores.
Normalmente,
ela tem um padrão de comportamento que é mais ou menos constante. Quando o
pequeno muda de repente, sem que exista uma causa visível, os pais devem
procurar ajuda psicológica. Dificuldade
para dormir sozinha ou pegar no sono, sonolência excessiva durante o dia,
desinteresse por atividades que antes ela apreciava, choro excessivo, falta de
apetite, compulsão alimentar, isolamento.
Agressividade ou irritabilidade
acentuada, negação em ir para a escola, dores físicas ou enjoos sem causa
fisiológica são algumas das reações mais comuns. Na dúvida, os pais devem
procurar a orientação de um médico ou psicólogo.
Tratamento:
Uma vez que o problema foi diagnosticado, o melhor tratamento é a terapia,
especialmente a ludoterapia, uma abordagem terapêutica voltada para crianças
que se utiliza de brincadeiras.
Em muitos casos, a terapia familiar também pode
contribuir para a melhora do quadro. Medicamentos podem ser indicados, se
necessário, mas sempre deve ser prescrito por psiquiatra infantil.
Transtornos
psicológicos
Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Consiste em sintomas de
impulsividade, falta de atenção e inquietação, que prejudicam o desenvolvimento
do pequeno. Infelizmente, vem sendo bastante diagnosticado erroneamente,
confundido com a típica e saudável intensidade da infância e usado até como
pretexto para a incapacidade de os pais liderarem com a criança.
Depressão:
Tristeza, apatia, isolamento, calma excessiva, agitação, comportamentos
autoagressivos, carência afetiva aumentada e, principalmente, irritabilidade e
mau humor constantes. Pode ser causas biológicas, mas, na maior parte dos
casos, acontece por questões ambientais, como reação a situações de abuso
físico ou psicológico: maus-tratos, humilhação, agressões ou exposição a
situações familiares agressivas.
Ansiedade:
Manifesta-se por meio de comportamentos impulsivos, impaciência, nervosismo,
medos exagerados diante de situações ou coisas aparentemente inofensivas e
ainda sintomas psicossomáticos, como dores de barriga, de cabeça e náuseas. A mais
comum está ligada à separação dos pais, pois a criança não consegue lidar com a
ausência de um deles.
Ela pode chorar, pedir para ligar várias vezes para o pai
ou a mãe, se isolar das outras crianças e apresentar alergias, problemas de
pele ou de apetite. Situações de perda, mudanças de cidade e adoecimento de um
dos pais também podem desencadear o problema.
Outras
possibilidades
Autismo:
Caracteriza-se por uma dificuldade de fazer contato com outras pessoas. Pode ser
diagnosticado antes dos três anos de idade. Normalmente as crianças com esse
quadro demoram a falar, demonstram pouco interesse no exterior, tanto nas
pessoas quanto nas coisas e apresentam comportamento estereotipado e
repetitivo.
Fobia
específica: Medo exagerado de algum animal, coisa ou lugar. Choro, gritos ou
correr para o colo do adulto pode ser a reação da criança, diante de animais,
de escuro e do medo de sofrer violência urbana.
Fobia
social: Medo intenso de se expor a outras pessoas, por se sentir avaliada e
julgada em situações onde se torna o alvo de atenções. É comum manifestar-se em
momento de festa, falar na sala de aula, escrever no quadro ou comer com outras
crianças.
Transtorno
de primeira infância: Acontece até os seis anos de idade, quando a criança, sem
motivo aparente, deixa de comer ou se alimenta com dificuldade.
Transtorno de oposição e desafio (TOD): Caracteriza-se por um comportamento negativo,
desafiador, desobediente e hostil com figuras de autoridade.
Transtorno
de pica: O pequeno insiste em comer coisas inadequadas, como cabelo, terra e
até fezes de animais. É mais comum em casos de atraso de desenvolvimento.
Enurese
e encoprese: É quando a criança não consegue controlar a vontade de ir ao
banheiro, geralmente por se sentir muito pressionada e sofrer com a cobrança
abusiva dos pais.
Fonte:
Revista Sua Saúde. São Paulo: Editora Alto Astral, nº 13, 2012.
Muito interessante. gostei!
ResponderExcluirMuito interessante. gostei!
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