Nossa época, marcada pela luz elétrica, por
estabelecimentos 24 horas e prazos apertados de trabalho que muitas vezes
exigem o sacrifício dos períodos de sono, pode muito bem ser considerada como a
era do bocejo.
“Quanto mais uma sociedade se desenvolve, menos ela dorme”,
afirma Lia Rita Azeredo Bittencourt, pneumologista e especialista em medicina
do sono da Universidade Federal de São Paulo. Noites mal dormidas podem provocar irritação, mau humor e
quilos a mais.
Um transtorno alimentar relacionado ao
sono é quando o indivíduo come durante um estado de sonambulismo.
Privar-se desse descanso de forma crônica promove uma
reação em cascata no organismo, que interpreta esse estado de alerta constante
como estresse puro.
Dessa maneira, dispara a liberação do cortisol,
hormônio característico dos momentos agitados.
O cortisol despejado sem economia, além de
inibir o hormônio GH que é fundamental para o nosso organismo,
também dá um chega pra lá na leptina, hormônio responsável pela
saciedade.
Os insones ficam mais sujeitos a sofrer de pressão alta e
arritmias. Isso porque o sistema cardiovascular, como todo o
organismo, repousa durante o sono.
Para uma corrente de especialistas, a insônia desgastaria o
aparato psíquico do paciente, predispondo-o a desenvolver aquela tristeza
profunda, chamada depressão.
A insônia pode ser deflagrada por um estresse
momentâneo. Os muitos ansiosos sofrem mais ou com maior antecipação.
As insônias secundárias são sintomas de outros
males.
Um dos mais comuns é a apnéia do sono, aquela interrupção
temporária da respiração enquanto o indivíduo dorme. Os homens são as
principais vítimas dessas paradas respiratórias.
Remédios sem
prescrição médica e em excesso, podem causar dependência e
até perda de memória.
Acredita-se que as mulheres tenham uma predisposição genética à insônia.
As que estão na faixa etária de 30 e 40 anos são as mais atingidas, isso porque formam o grupo mais conhecido pela depressão.
Jornadas duplas ou triplas, como trabalhadora, mãe e dona de casa, agravam a situação delas. Elas também sofrem mais da síndrome das pernas inquietas. A deficiência de ferro, principalmente na gravidez e na menstruação, pode ser o fator responsável.
“Por meio dela, ajuda-se o paciente a reorganizar sua vida, seus
horários, a criar um ambiente mais propício ao sono, além de rituais antes de
dormir e na hora de acordar”, diz a neurologista Rosana Souza Cardoso, da
Universidade de São Paulo.
Fonte: Revista Saúde! é Vital. Junho de 2006.
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