O skate surgiu em meados dos anos 1960 na Califórnia (EUA).
Cansados de marolas e à espera de ondas radicais, surfistas californianos adaptaram rodas de patins a uma prancha de madeira.
O passatempo pelas ruas foi batizado de sidewalk surfing, surfe de calçada na tradução literal. Aos poucos o esporte urbano foi ganhando manobras próprias e novo nome: skateboard.
Modalidades:
Como regra geral, quanto mais largo o shape, maior a estabilidade. Mas perde-se em agilidade.
Street (prática de rua ou em skateparks, pistas com obstáculos): O shape é mais estreito e flexível, com largura entre 18 e 20 centímetros. Dá para escolher os obstáculos que quiser ou simplesmente se divertir numa rua plana.
Downhill (modalidade de descida e velocidade): Usa-se o longboard, skate maior e mais pesado que os tradicionais.
É mais estável, mas arriscar-se nas descidas exige muita habilidade.
Freestyle (manobras consecutivas de solo): Modelos estreitos e leves, com largura entre 18 e 20 centímetros.
É praticado em solo, sem rampas ou descidas, como se fosse uma coreografia, num espaço limitado.
Vertical (treino em pistas em forma de U): Shape de maior estabilidade e com largura superior a 20 centímetros.
Mas os movimentos velozes nas paredes da pista afastam os iniciantes.
Benefícios do skate:
Ao deslizar por corrimões e saltar escadarias, os skatistas tiram proveito de uma lista de benesses para o corpo e a mente, como tônus muscular, coordenação motora, flexibilidade, reflexo e concentração. Sem contar a socialização.
Durante a remada movimento de impulso para ganhar velocidade, usa-se a resistência aeróbica, turbinando a máquina cardiorrespiratória.
Já na parte anaeróbica, ou seja, a que patrocina ganhos musculares, o segredo está nas manobras. Isso porque, para realizá-las, emprega-se um esforço extremo em pouco tempo. Em ação, é intenso o trabalho das pernas, com agachamentos, chutes, giros e saltos.
A prática exige muito do core (conjunto de músculos que se estendem da porção logo abaixo do peito até a base da cintura).
Também estimula a massa cinzenta e desenvolve a lateralidade, isto é, desafia a predisposição do ser humano de utilizar preferencialmente um dos lados do corpo. Os movimentos exigem que o cérebro trabalhe com seus dois hemisférios de forma conjunta, evitando a dominância de um deles.
O esforço de se manter sobre o shape, passando por diferentes terrenos, dá uma força para a propriocepção, que é a capacidade de localização espacial sem precisar necessariamente contar com a visão.
Cuidados que os skatistas devem ter:
Pessoas com diagnóstico de obesidade e osteoartrite ou artrite reumatoide nos joelhos devem ficar de fora das pistas.
O esporte não é recomendado também para indivíduos com idade mais elevada, que possam apresentar osteoporose.
Podem ocorrer fraturas por estresse (fissuras microscópicas por esforço repetitivo) e entorses (deslocamento dos ligamentos de uma articulação). Também podem surgir luxação, distensão (rompimento de uma fibra muscular) e contusão.
Punho, antebraço, perna e tornozelo, são os mais atingidos por perda de equilíbrio e falhas nas manobras.
O uso de proteção é inegociável. Use capacete, cotoveleira, protetor de pulso e joelheira.
Também é necessário sessões de aquecimento para estimular a circulação e elevar a temperatura corporal, preparando músculos e articulações, além do sistema cardiovascular para a atividade intensa.
O alongamento serve para esticar o corpo, depois trabalha as estruturas encurtadas pelo uso excessivo no skate e ajuda a ampliar o movimento.
De quebra, o ácido lático depositado entre as células musculares dá um basta às dores.
Se a ideia é investir em treinos longos e de alto impacto, pode-se alternar a prancha com outras atividades, tais como, musculação, corrida, natação, ioga, pilates ou cama elástica.
Fonte: Revista Saúde é Vital. Abril / 2013.