A
palavra dengue tem origem espanhola e
quer dizer melindre ou manhã. O nome faz referência ao estado de moleza e
prostração em que fica a pessoa contaminada pelo arbovírus (abreviatura do
inglês de arthropod-bornvirus, vírus oriundo
dos artrópodos).
Dengue
é uma doença infecciosa causada por um arbovírus, que ocorre principalmente em áreas
tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente
ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos.
O
mosquito transmissor da dengue, o Aedes
aegypti, foi introduzido na América do Sul através de barcos (navios
negreiros) provenientes da África, no período colonial, junto com os escravos. Houve
caso em que os barcos ficaram com a tripulação tão reduzida que passaram a
vagar pelos mares, constituindo os “navios-fantasmas”.
Tipos de dengue
Dengue
assintomática: Entre 40 e 50% das pessoas com a doença apresentam o que
chamamos de infecção subclínica, afirma o infectologista Arthur Timerman, do
Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Isso significa que ela pode
passar facilmente despercebida, como um leve mal-estar.
Dengue
clássica: Corresponde à maioria dos casos. Ocorrem febre, dos na cabeça e atrás
dos olhos, dores musculares, enjôo, vômitos, manchas na pele e dor abdominal.
Dengue
hemorrágica: O começo é semelhante ao da versão clássica. Mas aqui o quadro
clínico se agrava rapidamente, com risco de hemorragias em graus diversos de
intensidade. É que os vasos ficam mais permeáveis, o que derruba a pressão e
desidrata o paciente.
Síndrome
de choque da dengue: Forma mais grave de dengue hemorrágica, capaz de
prejudicar o suprimento de oxigênio para os tecidos. O risco é maior quando
houve alguma falha no tratamento.
Transmissão
A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos (Aedes aegypti e Aedes albopictus). Costumam picar nas primeiras horas da manhã e
nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele
pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns
ataquem também durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no
momento não dói e nem coça.
O Aedes aegypti mede
menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas
no corpo e nas pernas. Também pode transmitir a febre amarela.
A fêmea pica a pessoa infectada, mantém o vírus na saliva e o
retransmite.
O ciclo do Aedes aegypti é composto por quatro fases: ovo, larva,
pupa e adulto. As larvas se desenvolvem em água parada, limpa ou suja. Na fase
do acasalamento, em que as fêmeas precisam de sangue para garantir o
desenvolvimento dos ovos, ocorre a transmissão da doença.
O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos
criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo
sobreviver vários meses até que a chegada de água propicia a incubação. Uma vez
imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas,
das quais surge o adulto.
Sintomas
O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, e o intervalo entre a
picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É só depois
desse período que os sintomas aparecem. Geralmente os sintomas se manifestam a
partir do 3º dia depois da picada do mosquito.
Alguns sintomas são:
Febre alta com início súbito.
Forte dor na cabeça, dor atrás dos olhos, dor nos ossos e
articulações.
Perda do paladar e apetite.
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente
no tórax e membros superiores.
Náuseas, vômitos, tonturas, extremo cansaço e moleza.
É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros
sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras
doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar
o grau de gravidade da doença.
Tratamento
Não
existe tratamento específico para dengue, apenas tratamentos que aliviam os
sintomas. Aos primeiros sintomas procurar imediatamente atendimento médico. É preciso
tratar os sintomas até que o ciclo do vírus se conclua.
Repousar.
É necessário beber muita água, sucos, chás, soros caseiros.
Os
sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol, mas sempre com
indicação médica.
Não
se deve tomar medicamentos à base de ácido acetil salicílico e
antiiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de
hemorragias.
Prevenção
O
único modo possível de evitar a transmissão da dengue é a eliminação do
mosquito transmissor.
A
melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água,
locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença.
Para isso, é
importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas
de refrigerantes, pneus velhos, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas,
caixas d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre
outros.
Fonte:
Revista Saúde. 01/2010 e www.dengue.org.br
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