A
leishmaniose é uma doença tropical encontrada em muitas regiões do planeta, que
afeta atualmente mais de uma dezena de milhões de pessoas, principalmente na
América do Sul. No Brasil são milhares de novos casos por ano.
Diferentes
variedades de leishmânias são transmitidas pela picada de fêmeas de mosquitos
do gênero Lutzomyia, da família dos
flebótomos e conhecidos como mosquito-palha, corcundinha ou biriguis,
dependendo da localidade.
Leishmaniose cutânea ou
tegumentar
Também
conhecida como úlcera de Bauru ou “ferida brava”, é causada pela Leishmania braziliensis, pela Leishmania
amazonensis e pela Leishmania guyanensis, retiradas de seus depositários
naturais como cães, roedores, preguiça, tamanduá etc., e inoculadas no ser
humano pela fêmea do mosquito-palha, flebótomo do gênero Lutzomyia, que é
hematófaga (se alimenta de sangue).
Transmissão:
Esse protozoário é transmitido pela picada de mosquitos fêmeas da família dos
flebotomíneos e do gênero Lutzomya,
conhecidos como mosquitos-palha ou biriguis, que se infectam ao sugar pessoas
contaminadas.
O
protozoário penetra no indivíduo pela saliva do mosquito (antes de sugar o
sangue, o mosquito injeta saliva para evitar a coagulação do sangue em seu
aparelho bucal) e reproduz-se intensivamente na pele. No fim de alguns dias,
aparece uma lesão na pele; mais tarde, o parasita espalha-se e causa lesões na
mucosa da boca, no nariz e na faringe.
Sintomas:
É uma doença parasitária de pele e mucosas.
Na
pele, a doença manifesta-se pela formação de feridas ulcerosas, com bordas
elevadas e fungo granuloso.
Nas
mucosas (cavidade nasal, faringe ou laringe), a leishmaniose destrói tecidos e,
em casos graves, pode perfurar o septo nasal e produzir lesões deformantes.
Prevenção:
as principais medidas de prevenção da leishmaniose são evitar a proliferação do
mosquito transmissor e impedir sua picada.
O combate ao mosquito pode ser feito
pelo aterro de lagoas e poças d’água que servem de criadouro para as larvas e
também pela aplicação de inseticidas sobre as áreas atingidas pela doença. Esta
última providência tem a consequência indesejável de matar indiscriminadamente
outras espécies de inseto, muitas delas de importância econômica ou ecológica.
Para impedir a picada do mosquito, pode-se proteger as portas e as janelas das
casas com telas, e cobrir as camas com cortinados de filó. Outro seria a
construção de casas a mais de 100 m das matas, pois o mosquito tem voo curto.
Se tratada a tempo, há regressão das lesões.
Leishmaniose Visceral
A
leishmaniose visceral é causada pela Leishmania
donovani, na Índia e na África, e pela Leishmania
chagasi, na América do Sul.
A
doença é chamada calazar americano e os reservatórios naturais são canídeos,
como o lobo-guará, o cachorro-vinagre e cães domésticos na área urbana, além de
gambás e do ser humano. Calazar em
híndi, significa doença mortal.
Transmissão:
Pode ser congênita, por transfusões de sangue, por uso de seringas comuns ou
pela picada da fêmea do mosquito do gênero Lutzomyia
longipalpis, conhecido popularmente como mosquito-palha ou maruim.
Sintomas:
Agride macrófagos do baço e do fígado, provocando forte depressão imunológica e
até hemorragia. Além de febre contínua, perda de apetite, inchaço do fígado e
do baço, lesões na pele e anemia, que em certos casos, pode levar à morte.
Fontes:
Linhares
& Gewandsznajder. Biologia Hoje: Os
seres vivos. São Paulo: Ática, 2010.
Amabis
& Martho. Biologia dos organismos. São Paulo: Moderna, 2010.
Pezzi
& Gowdak & Mattos. Seres vivos, anatomia e fisiologia humanas. São
Paulo: FTD, 2010.
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